quarta-feira, 25 de julho de 2018

"Quando fores mãe vais ver..."



Sempre fui vaidosa. Dizem que o sou desde criança de tenra idade. Ninguém me conseguia vestir um fato de treino e não tinha muito amor às calças. Só queria coisas de menina.

Hoje continuo a gostar do mundo feminino. Adoro acessórios, malas, sapatos, roupa e afins. Por essa razão, ao longo do tempo fui ouvindo muitas vezes:
 “Quando fores mãe…. 
- Não vais ter tempo para estar sempre a trocar de mala;
- Não vais ter tempo para te arranjar;
- Não vais ter tempo para pensar em acessórios;
- ……….”
É verdade! O tempo tem de ser muito bem gerido. É verdade que o meu pouco tempo é quase todo para estar e tratar das Estrelinhas. É verdade que o tempo para mim reduziu drasticamente. Mas, mesmo assim, continuo a cuidar de mim. Como? Acordo mais cedo e a rezar para que eles continuem a dormir, pelo menos até eu estar (quase) pronta (leite deles feito, vestida e com o meu pequeno-almoço tomado).

Todos os dias são assim? Não, claro que não.
Já fiz muitos planos que me saíram furados. Há dias que algum se lembra de acordar primeiro e estraga logo a rotina matinal, por exemplo, ou até mesmo os dois (ai é que está tudo lixado).

Todos os dias tenho vontade de me arranjar? Não, claro que não.

Muito dificilmente saio de casa sem uma maquilhagem básica e minimamente arranjada.  Continuo a trocar de mala com frequência e a usar acessórios ( às vezes eles já estão no carrinho e eu ando "feita tola" a trocar as coisas e a colocar brincos/anéis/pulseiras).  Uns dias melhores, outros piores. Já antes de ser mãe era assim. Nem todos os dias temos a mesma disposição.

É fácil? Não é! Há dias verdadeiramente difíceis.

Ser mãe é uma mudança radical na vida de uma mulher, principalmente quando se é logo de dois. É uma adaptação constante a uma nova realidade e uma reorganização no nosso dia-a-dia. As nossas prioridades mudam de foco. Mesmo assim, precisamos ter força de vontade para pensar em nós. Os nossos filhos precisam de mães que gostem delas.

Fico triste quando percebo que há mães que sofrem. Ainda outro dia ouvi uma mãe lamentar os quilos a mais e a falta de tempo para tratar dela. Rematando que o importante “é ter o filho limpinho”. Infelizmente não acontece só a esta mãe. É o espelho de muitas outras. Ainda são tantas aquelas que "carregam" toda este "peso" sozinhas, sem ajudas e sem qualquer apoio. O que dificulta todo este processo. 

No meu caso, o apoio familiar tem sido essencial para o sucesso desta grande "aventura", que ainda está (quase) no início.

A minha vaidade passa para eles. Não gosto de sair com as minhas estrelinhas de qualquer maneira. Gosto de estar bem, mas gosto ainda mais de os ver bem.