Há expressões que não gosto. Esta é uma delas.
Quem o diz não o faz por mal, até o meu pai já me disse, mas
é como me dar um “murro no estômago”.
É chamar-me à realidade.
Realidade que todos os dias tento esquecer, apesar de todos
os dias sentir a falta dela.
Já passou quase um ano e continua a ser difícil. A doer como
uma ferida por curar.
Tantas as vezes que olho para as estrelinhas e penso na
alegria que ia sentir. Na vaidade que ia ter ao ouvir que a C. “é igual à
avó”. Nas gargalhadas que ia dar ao ver a felicidade e as asneiras deles. Na
estragação com os mimos e vontades.
Não há tristeza maior que saber que eles não vão ter
memórias com a avó. Que não vão ter a honra de a conhecer pessoalmente.
Mesmo assim vai fazer parte da vida deles. Já faz!
As estrelinhas vão saber a pessoa maravilhosa que a avó foi.