quinta-feira, 8 de novembro de 2018

"A tua falecida mãe"




Há expressões que não gosto. Esta é uma delas.

Quem o diz não o faz por mal, até o meu pai já me disse, mas é como me dar um “murro no estômago”.

É chamar-me à realidade.

Realidade que todos os dias tento esquecer, apesar de todos os dias sentir a falta dela.

Já passou quase um ano e continua a ser difícil. A doer como uma ferida por curar.

Tantas as vezes que olho para as estrelinhas e penso na alegria que ia sentir. Na vaidade que ia ter ao ouvir que a C. “é igual à avó”. Nas gargalhadas que ia dar ao ver a felicidade e as asneiras deles. Na estragação com os mimos e vontades.

Não há tristeza maior que saber que eles não vão ter memórias com a avó. Que não vão ter a honra de a conhecer pessoalmente.

Mesmo assim vai fazer parte da vida deles. Já faz!

As estrelinhas vão saber a pessoa maravilhosa que a avó foi.  

Enquanto eu cá andar será eterna.