quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

C´est la vie # Um vazio que ninguém preenche


Continuo a ter um misto de sentimentos complicados.

Nesta época tudo dói mais.

Ainda tenho um grito preso na garganta, uma dor que me aperta o coração e que não me deixa viver (bem) o presente.

Queria voltar atrás no tempo. Ai como queria.

Por um lado, quero muito criar (boas) memórias nas minhas estrelinhas, ouvir todos os clássicos de Natal, passear nas ruas iluminadas e ver as decorações das montras. À semelhança do que fazíamos as duas. Foste tu que me passaste este gostar do Natal.  Por outro, com a tua ausência, tudo me parece estranho, vazio, sem sentido e rumo. Há memórias felizes que me continuam a deixar triste. 

Tanta coisa que te devia ter dito, tanta coisa que devíamos ter feito e que eu sei que era isso que querias. Arrependo-me de não ter demorado mais naquele último abraço e em todos os outros que me davas.

Agora que sou mãe percebo que não há nenhum amor como este. É o mais puro e sincero de todos. O amor de mãe é das poucas certezas que temos na vida. 

Perder este amor para sempre - este sempre é verdadeiramente assustador - deixa-nos mais desprotegidos, inseguros e perdidos nesta vida

Por mais anos que aqui ande este vazio nunca será preenchido! Tu estarás sempre em mim.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Pérolas # De que tamanho é o teu coração?

Adoro (boa) publicidade.

Adoro a publicidade de Natal e estou sempre na expectativa para ver o que algumas marcas preparam. 

Vodafone voltou a brilhar. 

“De que tamanho é o teu coração?" 


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Está bonito, está!


Todos os dias há histórias para contar destas duas Estrelinhas.

É maravilhoso ver o desenvolvimento diário, como estão a evoluir na interação connosco e entre eles.

O “naná”, que tem a chucha agarrada, da Estrelinha D. estava no chão da cozinha. Eu digo-lhe para o apanhar do chão e dar-me para passar por água. Ele, que já começa aos pouco a obedecer e a reagir aos nossos pedidos, vai buscar e dá-me. Passo por água e dou-lhe. Coloca na boca e vai à vida dele para a sala.

A Estrelina C. estava na plateia a assistir e de repente vai a correr para a sala. Nada anormal. Desvalorizei. Quando me vou a dirigir para a sala, onde já estavam os dois, ela vem a grande velocidade para a cozinha.

Fico atenta para ver o que vai fazer e vejo que se coloca em frente à banca, com o braço esticado e diz:

- Manhêêê…..”pé”…naná Mimi.

Pronto, e com razão, também tive de passar a chucha dela por água. Lavo, entrego-lhe e ela retribuiu com uma gargalhada deliciosamente marota.  

Estas pequenas coisas ajudam a começar melhor o meu dia.



sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Está bonito, está!


De manhã, como todos os dias, sento-os nas espreguiçadeiras a ver BabyTV para beberem o leitinho.

Quando chego com os biberões é sempre uma festa. 

Hoje, quando me aproximo, a estrelinha C. continuou a olhar para a TV com aquele sorriso matreiro.
Eis que lhe faço:
- Psiu, psiuuu…!!!!
Sem tirar os olhos da tv, ela sorri, tira a chupeta e estica o braço. Mesmo à lady.

Olho para o outro lado e digo:
- Leitinho, meu príncipe?
Ele tira a chupeta e diz:
- Mamã(há uma semana que me chama assim e com um ritmo delicioso), psiu…psiuuu….

É isto. Aprende. O que fazes a um, tens de fazer ao outro.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

"A tua falecida mãe"




Há expressões que não gosto. Esta é uma delas.

Quem o diz não o faz por mal, até o meu pai já me disse, mas é como me dar um “murro no estômago”.

É chamar-me à realidade.

Realidade que todos os dias tento esquecer, apesar de todos os dias sentir a falta dela.

Já passou quase um ano e continua a ser difícil. A doer como uma ferida por curar.

Tantas as vezes que olho para as estrelinhas e penso na alegria que ia sentir. Na vaidade que ia ter ao ouvir que a C. “é igual à avó”. Nas gargalhadas que ia dar ao ver a felicidade e as asneiras deles. Na estragação com os mimos e vontades.

Não há tristeza maior que saber que eles não vão ter memórias com a avó. Que não vão ter a honra de a conhecer pessoalmente.

Mesmo assim vai fazer parte da vida deles. Já faz!

As estrelinhas vão saber a pessoa maravilhosa que a avó foi.  

Enquanto eu cá andar será eterna.



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Estrelinhas # É só mais uma fase...




As Estrelinhas sempre tiveram diferentes formas de adormecer. Por essa razão, cada um dorme no seu espaço, desde recém-nascidos. Já houve momentos que a Estrelinha D. adormecia melhor e a mana não, assim como o inverso. Cada um tem as suas manias e nós já estamos familiarizados com elas.

Ultimamente não tem sido fácil. Andam a dormir menos tempo nas sestas e estão a fazer menos sestas por dia. Principalmente a menina. Confesso que não me importava muito, porque chegava à noite exausta e adormecia bem. Muitas vezes era colocá-la na cama e pouco tempo depois já estava a dormir. Fazia a noite toda. Um espectáculo. 

O mano sempre foi mais difícil de adormecer, temos de estar com ele, fazer festinhas e muitas vezes durante a noite acorda para vir para a nossa cama. 

Na última semana, não sei se apanhou algum susto, que eu acho que sim, a Estrelinha C. não fica na cama dela, só quando está a dormir ferrada. Está na espreguiçadeira a dormir, às vezes a choramingar de contrafeita e de sono, pego nela para a levar para o quarto e mal faço o gesto para a deitar na cama agarra-se a mim a chorar. Já não fica. Volto com ela para a espreguiçadeira, muitas vezes meia dormente, e começa tudo do zero. Isto 3,4 e 5 vezes. Com o mano acordado a chamar mim.

Estou muitas vezes sozinha com eles à noite, o que dificulta todo este processo. A solução tem sido adormecê-la na nossa cama, muito contra as minhas convicções iniciais, que a faz logo sorrir de satisfação, e quando está mesmo num sono profundo levo-a para a cama. Ao longo desta semana também já acordou durante a noite e tenho de a levar para a nossa cama.

Não está fácil. Já tivemos noites com a ocupação máxima, ou seja, os dois no nosso meio. Ainda bem que a nossa cama é XXL.

Dizem os mais entendidos que são fases. O crescimento das crianças vive de fases. Ao que parece são tudo fases passageiras. 

Com este vai e vem adormecem mais tarde, consequentemente eu também. 

Pronto…..é acreditar que é mais uma fase!

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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Estrelinhas # Birras ao quadrado


As estrelinhas estão com 17 meses.

A estrelinha D. iniciou a fase das birras há algum tempo, já fez algumas bem feias e nada fáceis de controlar. A mana, que cheguei a gabar por não as fazer, está a iniciar. Bate com os pés no chão, chora com lágrimas gordas, esperneia e até já foi ao chão.

Ignoro. Acaba por fazer o “beicinho” e vir ter comigo.

Gerir a birra dos dois ao mesmo tempo não é fácil, principalmente quando estou sozinha.
Paralelamente à birra, e como era de esperar, estão cada vez mais curiosos. Tudo lhes chama a atenção e querem mexer em tudo. Já começam a perceber quando estão a fazer asneiras. Já testam o limite e já pisam o risco.

Repreendo, digo vezes sem conta o “não”, o “ahhhh”, a palavra “asneira”, mas agora reagem sem medo. Parece que já gozam e começam a rir. Pior. Quando um está a fazer a asneira e repreendo, o outro vai fazer exatamente o mesmo e olha para mim à espera da minha reação. Já levaram palmadas de amor e até fazem o movimento com a mão “tautau”. Explico, mesmo que ainda não me entendo, o que estão a fazer mal.

Confesso que tenho receio de não estar a fazer correto, de estar a repreender um mais que o outro.

Detesto ver crianças a fazer birras. Geralmente, os pais são logo “olhados de lado” e com recriminação.

Depois temos os momentos fofice. Ouvir repetidamente a palavra “maaanhêêêê” e sentir a ternura das suas vozes derretem logo o meu coração (e de quem está ao lado). A “luta” constante pelo meu colo e pelo meu aconchego fazem de mim a pessoa mais especial do mundo. Mesmo que seja apenas do mundo deles.

Num abraço tento encaixar os dois e peço para estes momentos não terem fim.   


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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Adeus Verão...


Tudo indica que o verão se está a despedir. Os dias começam a ficar mais frios e mais pequenos. 

As estrelinhas cresceram, como era de esperar, e tenho de renovar o guarda-roupa para a próxima estação. Não é uma tarefa nada fácil e requer perder algumas horas. Isto porque sou uma pindérica e vou andar na busca das (já famosas) combinações.

Para dizer adeus ao verão….  






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Estrelinhas # 12 Meses em fotos

Sempre gostei de fotografia e de registar todos os momentos.

Para além dos registos caseiros "obrigatórios", optámos por fazer a evolução das Estrelinhas durante 12 meses com um profissional.

Todos os meses lá íamos ao fotógrafo fazer a sessão. Todos os meses preparava um pandan/pandã ao pormenor. Nem sempre foi fácil.

Já no batizado as fotografias foram usadas na decoração e os convidados adoraram. 

Ainda não temos os álbuns finais, mas já temos as fotografias todas e será uma recordação maravilhosa.

Ontem estivemos a ver e a comparar as diferenças. Já nos deu uma nostalgia.

Está a passar mesmo muito rápido. 



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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Que mundo é este?





Atualmente 80% das vezes que estou à frente da Televisão é a ver BabyTV. A verdade é que cada vez tenho menos vontade de ver outro canal. Antes estava quase sempre ligada nos canais noticiosos, mas agora as notícias começam a ser assustadoras. Fico arrepiada!

Filhos que matam os pais, pais que matam os filhos, mulheres que matam os maridos, maridos que matam as mulheres, estranhos que matam por nada. Onde estamos? Que mundo é este?

A história do triatleta Luís Grilo ter sido alegadamente assassinado pela mulher e o amante/amigo da família deixa-me sem palavras. Aparentemente eram um casal feliz, ninguém quer (ou queria) acreditar nesta calculada monstruosidade.

Como é que alguém alegadamente consegue matar o marido, pai do filho, por motivações financeiras? Como é que ela conseguiu dar entrevistas à televisão, olhar as pessoas nos olhos, colar cartazes à procura do marido, se sabe o que lhe fez? 

Que sociedade é esta? Em que mundo os nossos filhos vão crescer?

Começa a ser preocupante.

Começo a ter medo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Inspirações # La Maison

Em outubro vai começar o próximo passo. 

Já estou a ser pressionada para iniciar a escolha da cozinha. Não sou vidente, mas já estou a prever muitas dores de cabeça. 

Gostamos das cozinhas brancas, com a junção de outra cor. Preto, cinza ou apontamentos de madeira. 

O problema é que estou reticente. O branco não se irá notar logo toda a sujidade e marcas? Vou ter de andar sempre de pano na mão? Não me posso esquecer que tenho duas crianças que adoram colocar as mãos em tudo.

Tenho andado a inspirar-me e não vai ser nada fácil escolher.

É nesta altura que lhe pergunto: Porque não comprámos uma casa já pronta?
E a resposta é automática: Porque não nos saiu o euromilhões!

E dá-me logo vontade de cantarolar "oh mãe fazias-me era rico em vez de bonito", como diz o Boss Ac.





* Inspirações retiradas do Pinterest

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

"Trela" sim ou não?


Nos próximos tempos não vou precisar de ginásio.

A estrelinha C. começou a caminhar uns dias antes de completar os 15 meses, agora anda a todo o gás, apesar de ainda cair algumas vezes.

A estrelinha D. começou uns dias antes dos 16 meses. Ainda anda em modo pinguim, com várias quedas, mas já ninguém o consegue parar.

No outro dia tivemos a festa de aniversário da doce A. e fui sozinha. Foi a loucura com tantas novidades para explorar. Enquanto olhava para um, o outro já estava em situação de risco. Não consegui parar um segundo. Andei literalmente a correr de um lado para o outro. Uma hora depois já estava mais cansada que uma ida ao ginásio. Viemos embora.

Na semana passada também me aventurei sozinha com eles numa ida ao shopping. A estrelinha C., como ia no andar de cima do carrinho, conseguia ver as coisas e ia a interagir com as pessoas, não reclamou. Já a estrelinha D., no andar de baixo, e com uma visão menos privilegiada, ia farto de resmungar. Venceu e lá o tirei, mas arrependi-me na hora. Uma mão a empurrar o carro e a outro a tentar segurá-lo. Sem falar da parte que não queria a minha mão e queria andar sozinho pelas lojas. Segundos depois estava a entrar novamente no carrinho. E, claro, houve choradeira.

Com estas duas situações fiquei a pensar no uso do arnês ou da fita ou da mochila com a fita, ou seja, o que vulgarmente chamamos de "trela". Quando vi pela primeira vez achei que nunca usaria aquilo. Agora confesso que já estou a ponderar, só para quando tiver de sair sozinha com eles.

Vamos esquecer que ainda vivemos numa sociedade com muitos estigmas, os olhares alheios e que não queremos que os nossos filhos sejam comparados aos animais.

E vamos analisar bem o assunto:

- Se no carrinho estão presos, então porque não deixá-los andar presos a nós? 

Certamente que vão achar mais piada, vão sentir-se mais livres e com mais espaço para explorar.

Acho que vou esquecer o estigma e ver o utensílio como segurança. 

A marinar a ideia.


*Imagens da Internet

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Estrelinhas # Mês a Mês


As Estrelinhas estão quase a fazer 15 meses. Durante este período, sempre que me ia lembrando, escrevi o desenvolvimento que foram tendo. No outro dia estava a pensar o que vou fazer com isto. Se vai ficar guardado no computador ou se vou imprimir e juntar ao álbum do ano (que ainda não fiz).

Para já vou partilhar o que escrevi nos três primeiros meses desta "aventura”.

1º mês

A primeira semana foi passada na maternidade.

As últimas 3 semanas em casa têm sido uma aventura e um desafio.

Os papás andam cansadíssimos. Ter dois a acordar de noite, de 3 em 3 horas, é dose.

Sempre que possível, e quando o papá entra mais tarde de manhã, as noites têm sido divididas entre nós e com turnos.

Estão a ser alimentados com o LA e o da mamã.

Já deixaram de ser aqueles bebés magricelas, pele e osso como nasceram. Já começaram a ser bebés com umas bochechas que só apetece apertar, com uns braços e pernas onde só apetece dar muitos beijinhos. Já enchem aqueles fatinhos tamanho 0, o que também facilita no banho.
Durante o dia tem sido um tal “come e dorme”, principalmente a Estrelinha D. adora dormir e que ninguém o chateie.
À noite, para já, estão a partilhar o mesmo berço (comprámos um de fácil transporte para estar no quarto ou sala) ou dormem comigo. O papá prefere dormir na sala. 
Está a ser um pouco agridoce. Um misto de sensações e emoções. De muitos medos e de muita aprendizagem.
É uma adaptação constante a uma nova vida, mas são as “coisas” mais fofinhas do mundo. Quando já nos brindam com aqueles sorrisos lindos derretemos logo e esquecermos as partes menos boas.  
A verdade é que os papás conseguiram sobreviver ao primeiro mês!

Ufaaaaa!!!! 
Foi o primeiro mês de uma história de amor a dobrar.
2º mês



Neste 2º mês passámos uma fase mais complicada.  

Cólicas, gases, ritmos diferentes, idas ao médico e troca de leites. Começámos a perceber que quando eles estão mal, e nós não podemos fazer muita coisa, dói-nos no coração. 

Foram tomar a vacina dos 2 meses. Não se portaram mal. Claro que houve berreiro, mas acho que doeu mais a mim. Não fizeram febre.  

Continuam adorar comer e dormir. Já fomos comprar outro mini-berço com rodas para estar tanto no quarto, como na sala. Cada um tem o seu, uma vez que começámos a reparar que se estavam a acordar ou a dificultar o adormecer. Um está do lado da mamã, o outro do lado do papá. 
As noites não estão a ser fáceis com a Estrelinha C. Tem feito umas birras constantes, quase sempre à mesma hora e com a mesma duração. Às vezes adormece de cansaço. Mesmo bebendo o biberão de leite, quer a maminha da mamã. A sorte é que o mano dorme e parece que nada se passa com ele. Não acorda com o choro da irmã.

Já começam a sorrir para nós, dão pequenas gargalhadas e já prestam atenção quando falamos para eles. 
Os papás já têm de comprar roupa quase todas as semanas. Estão a crescer muito!

3º Mês

A Estrelinha D. já sorri muito e dá algumas gargalhadas.

É muito, muito curioso. Fica muito atento às coisas e às pessoas quando conversam com ele, já faz aquele franzido à sobrancelha.

Adora estar deitado e que brinquem/falem com ele.

Ainda não dorme a noite toda, acorda às 5 horas para beber leite. Já não é mau. Para dormir adora festinhas na cara e de agarrar o nosso dedo.
Já a Estrelinha C. deixou de ser uma bebé chorona à noite, está mais independente, não gosta de estar sozinha, mas já adormece sozinha.

Felizmente não faz as “famosas” birras. Já é possível deitá-la na cama, pôr a chucha e tapar a cara com o “nana”, agarra-se ao lençol e esfrega a cara até adormecer. Às vezes ainda quer uns miminhos e umas festinhas na cara. Foi uma luta chegar aqui, mas já não faz aquelas birras “horríveis” para dormir à noite. Ao contrário do mano, já começa a aguentar a noite sem comer.

Já sorri muito. É muito, muito curiosa e gosta de ver tudo.

Fica muito atenta nas coisas e nas pessoas quando conversam com ela. Prefere estar deitada, toda esticada e sem grandes apertos. 
Descobriram as mãos e agora é só mãos na boca! Andam a babar-se muito. Não param quietos e fazem muita ginástica com as pernas. 
As cólicas também já começaram a reduzir.

Já os colocámos nas espreguiçadeiras frente à televisão, BabyTV, ficam entretidos e com o olhar fixo nas imagens, cores e sons da caixa mágica. 
Quando os colocamos de barriga para baixo, a Estrelinha C. já move e segura a cabeça com vigor, muito melhor que o irmão. 
Com três meses foram de férias com os papás. Uma aventura. Já foram conhecer Leiria, Praia de Leiria, Fátima e Figueira da Foz. Estiveram junto de uma piscina pela primeira vez, mas nada de apanhar sol. Foram dias só de passeio, de dias a 4 e portaram-se lindamente.Tiveram os papás 24 horas só para eles. 
Ao ler isto com distancia de 1 ano percebo que o tempo passou verdadeiramente rápido. Percebo ainda que a minha memória "esqueceu" vários momentos e que estas "cábulas" ajudaram a relembrar. 

Depois irei partilhar os restantes meses.


quarta-feira, 25 de julho de 2018

"Quando fores mãe vais ver..."



Sempre fui vaidosa. Dizem que o sou desde criança de tenra idade. Ninguém me conseguia vestir um fato de treino e não tinha muito amor às calças. Só queria coisas de menina.

Hoje continuo a gostar do mundo feminino. Adoro acessórios, malas, sapatos, roupa e afins. Por essa razão, ao longo do tempo fui ouvindo muitas vezes:
 “Quando fores mãe…. 
- Não vais ter tempo para estar sempre a trocar de mala;
- Não vais ter tempo para te arranjar;
- Não vais ter tempo para pensar em acessórios;
- ……….”
É verdade! O tempo tem de ser muito bem gerido. É verdade que o meu pouco tempo é quase todo para estar e tratar das Estrelinhas. É verdade que o tempo para mim reduziu drasticamente. Mas, mesmo assim, continuo a cuidar de mim. Como? Acordo mais cedo e a rezar para que eles continuem a dormir, pelo menos até eu estar (quase) pronta (leite deles feito, vestida e com o meu pequeno-almoço tomado).

Todos os dias são assim? Não, claro que não.
Já fiz muitos planos que me saíram furados. Há dias que algum se lembra de acordar primeiro e estraga logo a rotina matinal, por exemplo, ou até mesmo os dois (ai é que está tudo lixado).

Todos os dias tenho vontade de me arranjar? Não, claro que não.

Muito dificilmente saio de casa sem uma maquilhagem básica e minimamente arranjada.  Continuo a trocar de mala com frequência e a usar acessórios ( às vezes eles já estão no carrinho e eu ando "feita tola" a trocar as coisas e a colocar brincos/anéis/pulseiras).  Uns dias melhores, outros piores. Já antes de ser mãe era assim. Nem todos os dias temos a mesma disposição.

É fácil? Não é! Há dias verdadeiramente difíceis.

Ser mãe é uma mudança radical na vida de uma mulher, principalmente quando se é logo de dois. É uma adaptação constante a uma nova realidade e uma reorganização no nosso dia-a-dia. As nossas prioridades mudam de foco. Mesmo assim, precisamos ter força de vontade para pensar em nós. Os nossos filhos precisam de mães que gostem delas.

Fico triste quando percebo que há mães que sofrem. Ainda outro dia ouvi uma mãe lamentar os quilos a mais e a falta de tempo para tratar dela. Rematando que o importante “é ter o filho limpinho”. Infelizmente não acontece só a esta mãe. É o espelho de muitas outras. Ainda são tantas aquelas que "carregam" toda este "peso" sozinhas, sem ajudas e sem qualquer apoio. O que dificulta todo este processo. 

No meu caso, o apoio familiar tem sido essencial para o sucesso desta grande "aventura", que ainda está (quase) no início.

A minha vaidade passa para eles. Não gosto de sair com as minhas estrelinhas de qualquer maneira. Gosto de estar bem, mas gosto ainda mais de os ver bem. 



sexta-feira, 20 de julho de 2018

O marido/pai ajuda?


*imagem retirada da Internet

Cá está uma pergunta muito frequente, principalmente vinda de pessoas mais velhas.

A minha resposta é sempre a mesma:
-  “Não! O marido/pai não me ajuda!”.

Nem dou muito tempo para se iniciar grandes teorias. Acabo logo por concluir:

- “O marido/pai desempenha maravilhosamente bem as suas funções. Não é ajuda. É uma partilha de tarefas diárias. Somos uma espécie de equipa”. 

Depois ou a conversa acaba com o politicamente correto ou, dependendo da pessoa, acabo por exemplificar e alargar o tema.

A verdade é que nunca concordei quando ouço algumas mulheres dizerem orgulhosamente:
“Ai, o meu marido/namorado ajuda-me muito!”. Ajuda? Eu cá acho que faz parte da "obrigação" dele! 


Ouvir de outras gerações: “ai o meu marido nunca me ajudou. Nem uma fralda mudou ao filho/a”, não me espanta. A mentalidade e os hábitos eram outros. Muitas mulheres viviam para a família e encaravam como o trabalho delas. Não as condeno e até tenho admiração. 

O meu pai sempre disse orgulhoso que partilhava as tarefas com a minha mãe e tratava dos filhos, assim como diz com alguma tristeza que a mudança de vida/profissional não permitiu que fizesse o mesmo por mim.

Atualmente, infelizmente, ainda ouvimos muitas mulheres a lamentar o excesso de trabalho por falta de partilha de tarefas. Lamento que vem de mulheres com uma vida profissional ativa, responsabilidades e horários a cumprir. Aqui já me custa mais aceitar. Elas próprias dão como desculpa "ele não estava habituado" ou "não sabe fazer" ou "faz sempre tudo mal". Tudo vai de um princípio e de uma habituação. O meu marido também não vinha habituado. Nunca precisei de me impor ou de me chatear, ele percebeu que era fundamental haver divisão de tarefas e ajuda mútua. 

Por outro lado, não é mentira que sempre tive algum receio do dia em que viesse a ser pai. Nunca foi muito ligado a crianças e então bebés fazia-lhe alguma confusão. Cheguei a temer e a pensar que ia estar tramada, principalmente quando soube que eram gémeos. Chegaram a dizer-me "Não te preocupes. Quando nascer os dele é diferente". 

Foi verdade. Com as nossas estrelinhas nasceu um novo homem. O homem pai. Tem sido uma surpresa diária. Foi ele que tratou deles nos primeiros dias, enquanto eu estava na cama sem me levantar. Ouviu atentamente as explicações das enfermeiras e mudou a sua primeira fralda na vida, deu o seu primeiro biberão e tratou pela primeira vez não de um, mas dois recém-nascidos. Hoje até a voz lhe treme de orgulho quando relembra o medo desses dias. Lá no fundo, nem ele pensou ser capaz. Tem sido uma "aventura" e uma aprendizagem constante para ambos. 

Temos atividades profissionais com excesso de carga horária e de trabalho. Não sei se estou certa ou errada. Sei que esta equipa tem desempenhado bem as suas funções e só assim tem conseguido superar os desafios do dia-a-dia.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

C´est la vie # A Escola Primária




Há dias que a nostalgia aperta a alma.

Passar pela nossa escola primária fechada é levar um soco no estômago.
Ali, atrás daqueles muros, na época ainda sem gradeamento, fomos tão felizes. 
Quando passo pela escola primária ainda consigo ouvir as nossas gargalhada, o barulho da nossa corda a bater no chão e a bola dos rapazes a bater na parede da vizinha. Ainda consigo ver a nossa macaca feita a giz no pátio ou com um pau na terra batida.

Ali, atrás daqueles muros, estava um mundo por descobrir, muitos sonhos por viver e muito caminho para andar. O tempo era interminável, os dias teimavam a durar.

Passar pela escola primária fechada é lembrar a exigência da professora Preciosa, do medo / respeito que lhe tínhamos, dos seus lábios sempre pintados de vermelho e da forma como os retocava sempre que bebia. É lembrar a nossa cantoria sempre que nos pedia para dizer a tabuada. É fechar os olhos e ver-nos encostados à parede à espera do nosso pacote de leitinho.

Passar pela escola primária fechada é lembra-me que tive uma infância feliz. É saber que fui uma criança na essência da palavra.

Hoje sinto que o tempo nos foge das mãos e peço que pare. Que a minha memória me deixe guardar o sorriso das minhas estrelinhas e os momentos felizes que me têm dado.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Estrelinhas # Em modo Gatinhos


Não me canso de dizer que ser mãe de gémeos é maravilhoso. Foi a melhor coisa que me aconteceu. As minhas Estrelinhas vieram numa fase muito difícil a nível familiar.

Como todos os bebés já passaram por várias etapas. Tem sido uma aprendizagem diária. Neste momento estão na fase “gatinhos”. Não param quietos. Só querem andar no chão, a apoiarem-se em tudo, a explorar todas as novidades e perigos. A tentar furar todos os buracos e barreiras que vamos criando. Estamos constantemente a correr à procura deles ou a dizer “ahhh”, “asneiras”, “não”, "cuidado".

A Estrelinha D. gatinha a uma velocidade veloz, já a irmã parece que vai na passerelle. Às vezes, quando damos por ela, está ele a passar por cima da irmã ou a empurrá-la para passar. Já se levantam e aguentam-se muito tempo de pé, sem apoio, mas quando chamamos na esperança que venha o primeiro passo, lá se sentam e gatinham até nós.

Já pensei em comprar umas caneleiras, umas joelheiras e um capacete. É quase impossível vestir uns calções ou um vestido no dia-a-dia.

Está a ser uma fase muito cansativa. Já me avisaram que quando começarem a caminhar será bem pior, mas estou ansiosa.





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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Crianças e Doces

foto ilustrativa retirada da Internet


Sou uma ranhosa do pior e há coisas que me tiram do sério.

Como explicar a uma geração que não a nossa que não devem dar açúcar às crianças?

Sempre que há um aniversário ou uma festa familiar lá tenho alguém a tentar dar um "bocadinho de bolo" às crianças. Fico logo fora de mim. Por mais que peça para não o fazerem. Por mais que tire as crianças desses colos, nem sempre consigo evitar. Passo logo por ser uma ranhosa, por ser esta e aquela.

Expressões como: “Coitadinhos" ; "É só um bocadinho e não faz mal" ou "Estão a olhar” são a desculpa.

Claro que estão a olhar. Eles olham para tudo que é novo ou uma novidade. Não estão a olhar porque estamos a comer um doce, se supostamente nem sabem o que é. Se lhes dermos pão ou fruta eles vão comer com a mesma satisfação. Eles querem é estar a comer. Principalmente, a Estrelinha D. adora comer e tem uma boquinha santa. Ao contrário da irmã, que é ligeiramente mais esquisita, ainda não detetei nada que ele não goste.

Depois vem sempre a típica frase: “Quando eras como eles também comias e estás aqui”.
Até acredito que sim e devia ficar toda contente. Não tenho culpa que os adultos à minha volta fossem uns irresponsáveis. De certeza que os pediatras da época também aconselhavam a evitar o açúcar.

Há coisas que me chocam. Ainda no outro dia vi a dar a uma criança de 14/15 meses um bolo cheio de creme e chantilly. E não, não foram migalhas, mas literalmente uma fatia de bolo. Assim como ver um pai a dar um gelado (e não foi daqueles tipo Epá) e batatas fritas a uma criança de 16 meses. Não entendo, espero evitar o máximo de tempo para envenenar os meus filhos assim e espero que nunca o façam na minha ausência.

Não vão ser crianças diferentes das outras. Também irão comer doces e muitas porcarias. Faz parte de ser criança. Para já ainda é cedo. As estrelinhas têm 14 meses e tenho evitado que comam algumas coisas. Pelo menos quando estou por perto. Às vezes até me sinto mal porque parece que estou a proibir de comerem fruta, sopa ou algo essencial para alimentação deles. Não quero ser indelicada com algumas pessoas, principalmente com "as minhas pessoas" e  com quem me tem ajudado (muito) com eles. 

Não sou a melhor mãe do mundo, mas com toda a certeza não serei a pior. 

É verdade. Já estou habituada. Sou uma ranhosa e por eles a tendência é piorar.