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*imagem retirada da Internet |
Cá está uma pergunta muito frequente, principalmente vinda de pessoas mais velhas.
A minha resposta é sempre a mesma:
- “Não! O marido/pai não me
ajuda!”.
Nem dou muito tempo para se iniciar grandes teorias. Acabo
logo por concluir:
- “O marido/pai desempenha maravilhosamente bem as suas funções.
Não é ajuda. É uma partilha de tarefas diárias. Somos uma espécie de equipa”.
Depois ou a conversa acaba com o politicamente correto ou, dependendo da
pessoa, acabo por exemplificar e alargar o tema.
A verdade é que nunca concordei quando ouço algumas mulheres
dizerem orgulhosamente:
“Ai, o meu marido/namorado ajuda-me muito!”. Ajuda? Eu cá acho que faz parte da "obrigação" dele!
Ouvir de outras gerações: “ai o meu marido nunca me ajudou.
Nem uma fralda mudou ao filho/a”, não me espanta. A mentalidade e
os hábitos eram outros. Muitas mulheres viviam para a família e encaravam como
o trabalho delas. Não as condeno e até tenho admiração.
O meu pai sempre disse orgulhoso que partilhava as tarefas com a minha mãe e tratava dos filhos, assim como diz com alguma tristeza que a mudança de vida/profissional não permitiu que fizesse o mesmo por mim.
Atualmente, infelizmente, ainda ouvimos muitas mulheres a lamentar o excesso de
trabalho por falta de partilha de tarefas. Lamento que vem de mulheres com uma vida profissional ativa, responsabilidades e horários a
cumprir. Aqui já me custa mais aceitar. Elas próprias dão como desculpa "ele não estava habituado" ou "não sabe fazer" ou "faz sempre tudo mal". Tudo vai de um princípio e de uma habituação. O meu marido também não vinha habituado. Nunca precisei de me impor ou de me chatear, ele percebeu que era fundamental haver divisão de tarefas e ajuda mútua.
Por outro lado, não é mentira que sempre tive algum receio do dia em que viesse a
ser pai. Nunca foi muito ligado a crianças e então bebés fazia-lhe alguma
confusão. Cheguei a temer e a pensar que ia estar tramada, principalmente
quando soube que eram gémeos. Chegaram a dizer-me "Não te preocupes. Quando nascer os dele é diferente".
Foi verdade. Com as nossas estrelinhas nasceu um novo homem. O homem pai. Tem sido uma
surpresa diária. Foi ele que tratou deles nos primeiros dias, enquanto eu estava na cama sem me levantar. Ouviu atentamente as explicações das
enfermeiras e mudou a sua primeira fralda na vida, deu o seu primeiro biberão e tratou pela primeira vez não de um, mas dois recém-nascidos. Hoje
até a voz lhe treme de orgulho quando relembra o medo desses dias. Lá no fundo,
nem ele pensou ser capaz. Tem sido uma "aventura" e uma aprendizagem constante para ambos.
Temos atividades profissionais com excesso de carga
horária e de trabalho. Não sei se estou certa ou errada. Sei que esta equipa tem
desempenhado bem as suas funções e só assim tem conseguido superar os desafios do dia-a-dia.
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